tag:blogger.com,1999:blog-45434717457179153982024-03-12T21:20:25.193-07:00Meus Mandamintos PoéticosPor Nara Rúbia Ribeiro.Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-48573214961490763072012-11-07T01:44:00.004-08:002012-11-07T01:44:17.631-08:00SEDE<br /> <br /> Não é a água<br /> Que me dá a vida;<br /> É a sede.<br /> <br /> Já não podes ser a fonte<br /> Que sacia e reabastece<br />
<div class="text_exposed_show">
O lago profundo<br /> Que sou.<br /> <br /> És minha sede.<br /> <br /> Sei, <br /> Teu peito encerra vasos alados<br /> Transbordantes de sonho e de azul. <br /> <br /> Mas<br /> É no calor dos teus lábios<br /> Que sinto gosto orvalhado do sol.<br /> <br /> NARA RÚBIA RIBEIRO</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-6259510774048131972012-11-07T01:43:00.001-08:002012-11-07T01:43:07.279-08:00RESILIÊNCIA<span class="userContent"><br /> <br /> Por mais que o teu peito se cale<br /> E o teu olhar seja mudo<br /> Tenho sonhos<br /> De absurdos.<br /> <br /> NARA RIBEIRO</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-49542713687930696472012-11-07T01:39:00.000-08:002012-11-07T01:39:26.725-08:00PILARES<span class="userContent"><br /> <br /> Entre os cílios da pálpebra,<br /> As fagulhas do tempo.<br /> O peso do destino<br /> Coube na fração do segundo<br /> Em que por primeiro<br /> Avistei teu semblante:<br /> Tímido, avesso, desencontrado.<br /> </span><br />
<div class="text_exposed_show">
E redesenhei os pilares do mundo<br /> No palma da mão esquerda.<br /> E desbotei os teus versos,<br /> Desabotoei teus sentidos,<br /> E o nada, todo ele,<br /> Enamorou-se de ti,<br /> Num repente derramado.<br /> <br /> Assim como um céu se derrama<br /> Quando a asa do dia<br /> Acaricia de sonho<br /> A face da noite finda.<br /> <br /> Nara Rúbia Ribeiro</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-28634440885382222802012-11-07T01:37:00.003-08:002012-11-07T01:37:23.938-08:00ALMA POÉTICA<br /> <br /> Ter alma de poeta é sorte incerta.<br /> É ter o peito encharcado de ilusões e alaridos<br /> A percorrerem o nunca vivido.<br /> <br />
<div class="text_exposed_show">
É ver a vasta solidão e aliar-se a ela<br /> Sem perder o encantamento<br /> Da companhia paralela.<br /> <br /> Ter alma de poeta é fingir desalmar-se<br /> Desamar-se,<br /> Acumular-se de ausências e seguir sozinho,<br /> Cultuando o cultuar<br /> Sem ater-se a deus algum.<br /> <br /> Ter alma de poeta é ser profeta<br /> de uma civilização de concreção deserta,<br /> mas povoada de “eus” amantes.<br /> <br /> É alagar-se de instantes<br /> E aventurar-se a voar ao encontro do sol.<br /> <br /> Ter alma de poeta é seguir por uma reta<br /> De pedregulhos pontiagudos<br /> E ver os pés sangrarem descalços,<br /> Mas nunca desistirem do passo seguinte.<br /> <br /> Ter alma de poeta é inventar mil paixões poeirentas<br /> E vesti-las de luzes tantas<br /> Que capazes seriam de iluminar o grito da morte,<br /> A sorte do fraco<br /> Ou a saudade do que já amou e partiu.<br /> <br /> Ter alma de poeta é ter ferida no peito aberta:<br /> Purulenta de espanto,<br /> Mas incandescente de eternidades.<br /> <br /> Nara Rúbia Ribeiro</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-52424357235912076022012-11-07T01:35:00.003-08:002012-11-07T01:35:39.310-08:00RETINAS<span class="userContent"><br /> Toda humanidade me visita, <br /> Vinda, sempre,<br /> De algum longe em mim.<br /> <br /> Um beija-flor bem o disse,<br /> Enquanto sabotava de sonho<br /> A palavra dolorida<br /> Do meu verso insone.</span><br />
<div class="text_exposed_show">
<br /> E me fiz carne alheia, <br /> Sorte outra, <br /> Suor de outrem.<br /> <br /> Minha alma tem mil olhos<br /> De mil almas invisíveis<br /> <br /> NARA RIBEIRO</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-15416774103307221562012-11-07T01:35:00.001-08:002012-11-07T01:35:03.876-08:00BUSCA<span class="userContent"><br /> <br /> De quando em quando<br /> A minh' alma gravita<br /> Entre o afogamento<br /> E a sede infinita.<br /> <br /> De regra, me afogo <br /> Em miragens minhas, <br /> Ou resseco dor dos sentidos</span><br />
<div class="text_exposed_show">
No deserto que em mim formei. <br /> <br /> Assim o sou<br /> Eu sei.<br /> <br /> NARA RÚBIA RIBEIRO</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-71927323253493940362012-11-07T01:34:00.001-08:002012-11-07T01:34:06.765-08:00<span class="userContent">Encontrei a porta.<br /> Agora, <br /> só quero a chave <br /> Da alma do mundo.</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-4739516788477930082012-11-07T01:33:00.001-08:002012-11-07T01:33:39.607-08:00<span class="userContent">Dos amores,<br /> Aqueles que não vivencio<br /> São os que mais vivo.<br /> Aquilo que sonho<br /> Só tem fronteira<br /> No infinito.</span><br />
<br />
<span class="userContent">Nara Ribeiro </span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-61036401604035302382012-11-07T01:32:00.001-08:002012-11-07T01:32:50.983-08:00MOTIVO<span class="userContent"><br /> <br /> Porque te espero <br /> A lua fez cirandar as estrelas<br /> Em cantigas de encantação.<br /> <br /> Floresceram mil sonhos na relva<br /> E as entrelinhas do tempo<br /> Teceram poemas coloridos<br /> E vontadas sublimadas.</span><br />
<div class="text_exposed_show">
<br /> E porque te amo<br /> Tudo que é belo floresce na espera.<br /> E tudo que é sem preço<br /> Renasce, em silêncio, <br /> Na palma do meu coração.<br /> <br /> E não morro de ausência, <br /> Ou de pressa.<br /> Porque te espero e te amo<br /> No invisível plano, <br /> No invencível solo <br /> De mim.<br /> <br /> Nara Ribeiro</div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-2035329172257858052012-10-20T22:14:00.000-07:002012-10-20T22:41:22.308-07:00<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>A CONFISSÃO DA LEOA</b></span></div>
<br />
<div style="background-color: #fce5cd; text-align: left;">
</div>
<br />
<br />
<i><b>"Todas nós, mulheres, há muito fomos enterradas. </b></i><br />
<i><b>Seu pai me enterrou; sua avó, </b></i><br />
<i><b>sua bisavó, todas fomos enterradas vivas."</b></i><br />
<i><b>Mia Couto – A Confissão da Leoa</b></i><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Um mundo dividido e hierarquizado em gênero. Quem nasce mulher, nasce menos. Padece de um aborto cultural antes mesmo de desentranhar-se da mãe. Essa é a África do livro “A Confissão da Leoa”, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado, no Brasil, pela Companhia das Letras.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Meditar acerca da posição social da mulher “num outro mundo chamado Moçambique” é tarefa que, no primeiro momento, nos dá a falsa e confortável ideia de que as problemáticas das narrativas do romance, ficcionais e de uma cultura que se nos aparenta fabulosa, não nos dizem respeito. Contudo, em todos os lugares do mundo existem mulheres a observarem-se “enterradas vivas”, ante a violência física e moral de que são vítimas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A história se passa em Kulumani, uma aldeia situada ao Norte de Moçambique, África, em que, afirma o autor “tudo está treinado para morder. As aves abocanham os céus, os ramos rasgam as nuvens, a chuva morde a terra, os mortos usam os dentes para se vingarem do destino.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nessa terra encontraremos leões a devorarem pessoas. Seriam leões nascidos de leoas ou leões fabricados por feitiçaria? - Indaga-se. Um caçador é chamado. Sua chegada faz um coração estremecer. É o coração de Mariamar, a que tivera, há tempos, conquistado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: large;">Rituais permeiam o livro. Mulheres são submetidas a um infinito de violências morais de submissão e silêncios, somados à ideia de que jamais pertencerão a si mesmas, sendo meras figurantes e jamais protagonistas de seu destino. Agressões físicas como mutilações de órgãos sexuais e estupro são recorrentes em Kulumani.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O que me apavora é que Kulumani se transporta no espaço e pousa impunimente nos relatórios e estatísticas criminais brasileiros. Também aqui, nascer mulher é quase uma condenação à violência doméstica, onde o soco ou o grito ou o xingamento se alternam com a carícia ou até mesmo com o sexo forçado. Onde a mulher, enclausurada em seu ego massacrado, se sente de algum modo culpada e merecedora da agressão recebida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não há que se confundir a luta pela igualdade dos sexos com bandeira sexista. Qualquer violência praticada contra um ser humano está acima do sexismo: merece um discurso humanitário, um apelo à justiça, em nome da dignidade da espécie. É por isso que as leoas rugem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Essas mulheres, leoas moçambicanas, brasileiras ou de qualquer outra nacionalidade, guardam segredos inconfessáveis. Por vez, por descuido ou por um ato de autorrespeito, confessam, professam sua força. Eis “A Confissão da Leoa”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxW0hM3v_LD7DU4uac_WQl8zo025rRlQ4Yu2LPlu7MCY2arDWYgoKD2fznL5BQv1RClrttDCqK6gN2tKZ0yuefrg-yFWzS-qKiHb2EgC8Yy_L7LSm3KHY9EZxg2nPitRtaI0sdFpWntV3j/s1600/Leoa+11+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxW0hM3v_LD7DU4uac_WQl8zo025rRlQ4Yu2LPlu7MCY2arDWYgoKD2fznL5BQv1RClrttDCqK6gN2tKZ0yuefrg-yFWzS-qKiHb2EgC8Yy_L7LSm3KHY9EZxg2nPitRtaI0sdFpWntV3j/s320/Leoa+11+10.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">NARA RÚBIA RIBEIRO</span></div>
Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-54639488286006685002012-06-18T00:58:00.003-07:002012-06-18T00:58:50.124-07:00DOR DA NOITE<br /> <br /> Quando o vento sua, <br /> O orvalho recobre as paisagens de mim<br /> E reinvento tua mão<br /> Na demora do adeus.<br /> <br /> Mas se a chuva ora definha<br /> O meu peito sangra memórias que não tenho<br /> E escrevo-te um poema<br /><span class="text_exposed_show"> Como se regressasses.<br /> <br /> Desenho-te, como se existisses<br /> E suplico por tua sombra<br /> Como se o som do teu peito<br /> Os meus olhos cegassem. <br /> <br /> Nara Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-79146015245698491482012-05-27T07:45:00.000-07:002012-05-27T07:45:05.134-07:00ÂNSIA<br /> <br /> Essa verdade que singra a doer,<br /> Principia no primeiro voo dos pássaros, <br /> Quando deus, de infinitos, <br /> Resvalou palavra <br /> Ao coração do homem:<br /> - Haja amor!<br /> <br /> Uma gota salivada de verso pousou-nos <br /><span class="text_exposed_show"> Em estágio de silêncio puro. <br /> <br /> As andorinhas pairaram extáticas<br /> E o humano sentiu o angustiar dos sentidos, <br /> A ânsia do todo, a rutilância do oposto.<br /> <br /> E homem e mulher se entrelaçaram sobre o encalço das pedras,<br /> À sombra das árvores, <br /> A esmo do medo, <br /> Sob o olhar indecifrável de deus.<br /> <br /> Nara Rúbia Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-25781051398220768562012-05-27T07:39:00.002-07:002012-05-27T07:39:30.483-07:00AO POBRE<br /> <br /> Tens apenas duas moedas<br /> E a miséria te abate? <br /> Compra um pão, <br /> Com a moeda primeira.<br /> <br /> Com a segunda, <br /> Compra o orvalho da noite, <br /> A amplidão silêncio dos astros todos, <br /><span class="text_exposed_show"> Compra os lírios que se libram <br /> Nas hastes do infinito.<br /> <br /> Ainda com a segunda moeda,<br /> Compra o sol da manhã do destino,<br /> A dor de amor em verso curto, <br /> A liturgia das aves, <br /> O ritual de acasalamento da aurora das cores.<br /> <br /> Compra o clarão de sonho da alma do infante.<br /> Compra, e a vida, de troco, <br /> Em troca,<br /> Dar-te-á a essência<br /> Das vidas de tua vida.<br /> <br /> Nara Rúbia Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-2689194340227146652012-05-27T07:38:00.001-07:002012-05-27T07:38:47.055-07:00SENTIDO<br /> <br /> Eu quero mais é a dor de ser gente<br /> E esse medo macabro de já não o ser.<br /> <br /> Quero a angústia de quem sente, <br /> Se ressente por sentir,<br /> Mas se dói dos insensíveis.<br /> <br /> Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-21795793319501202432012-05-27T06:19:00.000-07:002012-05-27T06:19:00.716-07:00MEU REINO<br /> <br /> Pisa o meu sorriso.<br /> Meus dentes são ladrinhos<br /> E levam, de sul a norte <br /> Em meu reino<br /> De infinitos.<br /> <br /> Meu coração é castelo de bruma.<br /> Ao passares por ele, <br /><span class="text_exposed_show"> Acena silente.<br /> Veja: <br /> Pungente ou não<br /> O meu peito <br /> É um solo sem chão.<br /> <br /> Encontrarás borboletas, <br /> Muitas. <br /> Cacos coloridos de sonho<br /> Fuligens perfumadas<br /> Verdades inventivas <br /> De quem tanto amou e sentiu.<br /> <br /> Verás que tudo<br /> É tanto nada<br /> Que perderás o medo<br /> De adentrares em mim.<br /> <br /> Sou pouso pobre de pardais dourados, <br /> Passeio de andarilhos,<br /> Luz falciforme<br /> De altares vazios.<br /> <br /> Nara Rúbia Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-54840025171016631312012-05-20T18:14:00.001-07:002012-05-20T18:14:46.930-07:00DESALINHO<br /> <br /> Tenho um sem fim finito de esperança, <br /> Pois desalinho palavras<br /> E me rasgo inteira, <br /> Poema inacabado que sou,<br /> Na pulsação descontínua <br /> Do silêncio azul<br /> Dos teus olhos tristes.<br /> <br /><span class="text_exposed_show"> E as letras me caem, uma a uma, <br /> Estrelas pálidas, vencidas, insones...<br /> Cascata de emoção ressentida<br /> Sem a pureza pronta <br /> Da primeira hora.<br /> <br /> Há um vácuo de palavras<br /> A afrontar os ponteiros <br /> Da solidão vivida.<br /> Um cúmulo de ausências <br /> Aprisionado num poço de silêncio fundo.<br /> <br /> Sou uma dor que se perdeu no espaço<br /> Ave invisível de um céu <br /> Que nunca sonhaste teu.<br /> <br /> Nara Rubia Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-33416695617658948222012-02-16T02:00:00.002-08:002012-02-16T02:05:25.529-08:00COM O PERDÃO DAS FEMINISTAS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5aC-rhLr87bXKUg2R6Nfpoz7j5WMZ2PpZeF_iJm1X4RVct3COcGyAgapMvn5Ph4hktsY0Ie1V9w_oJXGRZasTnviymZ0L_6uHlWfSPVJUAjh0ns820CIlg4hCTejTbl9Uzp-EjPpKJDqL/s1600/Flor+linda.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 154px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5aC-rhLr87bXKUg2R6Nfpoz7j5WMZ2PpZeF_iJm1X4RVct3COcGyAgapMvn5Ph4hktsY0Ie1V9w_oJXGRZasTnviymZ0L_6uHlWfSPVJUAjh0ns820CIlg4hCTejTbl9Uzp-EjPpKJDqL/s200/Flor+linda.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5709672454917538786" border="0" /></a><br /><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> No dia em que acordei flor</span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> Dei pra ter carinho de pássaro,</span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> Passei a declinar borboletas</span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> E um pirilampo sonhou meu sol.</span><br style="font-weight: bold;"> <br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> E de tanto ouvir os sábios conselhos dos grilos </span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> E as recomendações do louva-a-deus,</span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"> Desabrochei de amor </span><br style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;" class="text_exposed_show"> Em maio molhado de orvalho.<br /><br />Sei.<br />"Ser flor de maio não é nada moderno,"<br />Mas perdi o medo<br />Do que é eterno.<br /><br />Nara Rúbia Ribeiro</span>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-77619058327332436702012-02-15T05:29:00.001-08:002012-02-15T05:29:57.739-08:00OBSERVATÓRIO DO MEU ANJO DA GUARDAMeu anjo anda meio cansado.<br /> Sentou-se ao pé do meu leito<br /> E dormiu.<br /><br />O tempo apiedou-se dele<br /> E parou a contagem das horas.<br /><br />Estática,<br /> Parei de validar os medos.<br /><br />Um anjo que dorme<br /> Vale mais que mil anjos de pé:<br /> O meu anjo da guarda não vela<br /> Meu anjo<br /> Sonha por mim.<br /><br />Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-17853254237954623182012-02-15T05:22:00.000-08:002012-02-15T05:24:23.354-08:00A HORAA porta do tempo é opaca<br /> Mas menino a viu entreaberta.<br /> Foi espiar.<br /> “- Mãe, cada minuto é feito de sessenta borboletas coloridas<br /> Que voam depressa pra todo lugar.”<br /> A mãe sorriu.<br /> “- E qual a estrutura da hora, filho?”<br /> “- A hora, mãe, é quando a matemática das borboletas se junta<br /> E elas seguram as asas umas das outras<br /> Como se fosse a humanidade inteira... “<br /> A humanidade inteira,<br /> Essa é a hora.<br /><br />Nara Rubia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-63916637981112657412011-10-15T19:21:00.000-07:002011-10-15T19:22:51.803-07:00<strong>Amigos, perdão. </strong><br /><strong><br />Alterei sem querer as configurações do BLOG e está horrível!!!<br /><br />Amanhã alteroooooooooo!!!<br /><br />Beijos</strong>Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-48232736754857517072011-10-13T09:07:00.000-07:002011-10-14T21:16:44.292-07:00O QUE ÉSQuando a eternidade soletrou meu destino<br />Desenhou o teu nome<br />Nas lacunas do tempo.<br /><br />Meus vãos tem a pulsação do teu sopro.<br />O afago do teu “sim” acomoda a inquietude do que sinto<br />E o abismo se faz aconchego <br />E todas as alegrias reflorescem nas frestas da dor.<br /><br />E quando me olhas com essa ternura infinda<br />De criança que se alimenta do néctar dos meus olhos tristes,<br />Uma ciranda de estrelas me faz criança a sorrir nos céus do meu peito.<br />És cantiga de roda a cirandar os sonhos<br />Em que me deleito.<br /><br />Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-22386658415642806822011-10-13T09:03:00.000-07:002011-10-14T21:23:59.561-07:00ESTRADAQuando você não chegou<br />Aquela estrela deu sinais de cansaço.<br />As borboletas abandonaram as asas<br />E as entrelinhas do tempo<br />Agouraram silêncios.<br /><br />Havia um código secreto<br />No universo incógnito daquela ausência.<br />Vaga-lumes ruminaram verdades<br />E filosofias diversas <br />Brotavam das estrias da terra.<br /><br />Era uma quase noite<br />Ao sol do meio dia<br />E o meu coração não deu fé <br />Daquela imensidão sentida.<br /><br />Viu apenas a estrada torta<br />Recoberta de um cascalho pobre.<br /><br />E só um pensamento me ocorre:<br />Em meu apogeu<br />Esta estrada<br />Sou eu.<br /><br />Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-50756238803719488542011-10-13T08:58:00.000-07:002011-10-13T09:01:00.903-07:00NoiteOntem foi uma noite sombria.<br />Meu escuro interior falou mais alto, <br />Naqueles momentos de dor.<br /><br />Apaguei todas as luzes da casa, <br />Sentei-me a um canto do quarto e chorei,<br />Como se toda a alegria do mundo<br />Findasse nas esquinas do tempo.<br /><br />Mas, ao abrir os olhos, <br />Observei um vaga-lume que ziguezagueava rente ao teto.<br /><br />Não pude deixar de sorrir.<br /><br />Mesmo quando desistimos da luz,<br />Deus provê fagulhas de esperança<br />A iluminar nossas vidas.Narahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-40491178284774835462011-09-25T17:29:00.000-07:002011-09-25T17:51:47.594-07:00Confissão de aprendizadoVi Deus sorrindo em um balanço nos céus.<br />Doutra vez, ele contava carneirinhos para dormir<br />E eu passei a ajuda-lo, até que peguei no sono.<br /><br />Deus me pegou pela mão<br />E me ensinou a brincar de amarelinha.<br /><br />Deus me ajudou a andar de bicicleta,<br />A soltar pipa e a amar cata-ventos.<br /><br />Deus me ensinou a conversar com borboletas<br />E me fez descobrir que libélulas contam segredos de esperança.<br /><br />Deus me ensinou que o amor será sempre eterno,<br />Se registrado na última página do caderno de matemática.<br /><br />Ele me mostrou que não importa se o coração sangrou muito,<br />Um novo amor sempre o fará bater mais e mais forte,<br />Porque um coração nunca morre de amar.<br /><br />Deus me ensinou que a maldade alheia também é minha<br />Se não consigo amar aquele que não é bom.<br /><br />E que não importa a turbulência do dia<br />Ou as tempestades da noite:<br />Eu devo sempre contar carneirinhos com Ele,<br />Porque se entristece se o fizer sozinho.<br /><br />Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4543471745717915398.post-36220641917975181392011-09-23T09:10:00.000-07:002011-10-14T21:09:48.240-07:00CAMUFLAGEMTenho preocupações seríssimas.<br />Por vez, preferível mesmo é não pensar.<br />Daí reflito nas asas das borboletas mortas,<br />No louva-a-deus cabisbaixo, tacituneando incertezas...<br />Falo de beija-flores a defenderem seus ninhos,<br />Falo da delicadeza das pedras que a tudo compreendem,<br />Sem nada dizer. <br />É assim, camuflando dilacerações da alma, que escrevo.<br />E é assim que o peito sangra toda a dor deste mundo:<br />Da Sómalia aos palácios vazios de alegria, <br />Das crianças que envelhecem sem sonho<br />E dos pobres que se desamparam nas ruas da vida.<br /><br />Nara Rúbia RibeiroNarahttp://www.blogger.com/profile/09701892305399675296noreply@blogger.com1