sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CAMUFLAGEM

Tenho preocupações seríssimas.
Por vez, preferível mesmo é não pensar.
Daí reflito nas asas das borboletas mortas,
No louva-a-deus cabisbaixo, tacituneando incertezas...
Falo de beija-flores a defenderem seus ninhos,
Falo da delicadeza das pedras que a tudo compreendem,
Sem nada dizer.
É assim, camuflando dilacerações da alma, que escrevo.
E é assim que o peito sangra toda a dor deste mundo:
Da Sómalia aos palácios vazios de alegria,
Das crianças que envelhecem sem sonho
E dos pobres que se desamparam nas ruas da vida.

Nara Rúbia Ribeiro