domingo, 20 de maio de 2012

DESALINHO

Tenho um sem fim finito de esperança,
Pois desalinho palavras
E me rasgo inteira,
Poema inacabado que sou,
Na pulsação descontínua
Do silêncio azul
Dos teus olhos tristes.

E as letras me caem, uma a uma,
Estrelas pálidas, vencidas, insones...
Cascata de emoção ressentida
Sem a pureza pronta
Da primeira hora.

Há um vácuo de palavras
A afrontar os ponteiros
Da solidão vivida.
Um cúmulo de ausências
Aprisionado num poço de silêncio fundo.

Sou uma dor que se perdeu no espaço
Ave invisível de um céu
Que nunca sonhaste teu.

Nara Rubia Ribeiro