Engravidei de um caminho.
A ele ofertei a seiva da minha infância,
O néctar da juventude,
A lucidez da maturidade;
Mas o caminho não nasce.
Percebi que ele é infinitamente eu e cresce dentro em mim,
Como se me obrigasse a crescer
Para maior quilometragem conter.
Por algum tempo me perdi:
Contei desvarios e vendi desejos.
Furtei versos, fundei e afundei tantos “eus”
E me coloquei à margem de minha própria história
Esperando que o meu caminho nascesse.
Tolice!!!
Serei eterna gestante de instantes de sonhos
E descreverei em meus versos o caminho que jamais nascerá.
Mas sei que o caminho existe,
Sinto-o em mim, qual criança que remexe no ventre.
Nara Rúbia Ribeiro
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