quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CANSAÇO

Estou cansada
E já não quero a força.
Quero ser quebrável,
Triturável,
Moída e desintegrada.

Quero ser pequena, pálida e frágil
E ver pássaros,
Em sentinela,
Pousarem calmamente em minha janela.

Quero ser simplesmente sonho,
Despir-me de adornos de ouro e prata,
E vestir uma armadura de pétalas amarelas.

Forjar um escudo de borboletas
E fingir afugentar leões
Ao entoar acalantos.

Quero a ousadia de esconder-me
No canto mais colorido da alma,
Quando, travestida de calma e ternura,
Eu tenha a coragem de não temer a candura.

Nara Rúbia Ribeiro

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