quarta-feira, 7 de novembro de 2012

SEDE



Não é a água
Que me dá a vida;
É a sede.

Já não podes ser a fonte
Que sacia e reabastece
O lago profundo
Que sou.

És minha sede.

Sei,
Teu peito encerra vasos alados
Transbordantes de sonho e de azul.

Mas
É no calor dos teus lábios
Que sinto gosto orvalhado do sol.

NARA RÚBIA RIBEIRO

5 comentários:

A.S. disse...

A tua sede não perturba
o sabor dos versos!
Aproxima a boca da nascente
e não te importes com a secura das rimas,
pois a mais bela sede
vem no poema que trazes nos lábios…

Beijos!
AL

Nande Mirati disse...

Conheci seus poemas por meio de uma amiga que mora em Argel, no momento. Vi um poema seu no Facebook dela. Gostei bastante. Parabéns. Você não escreve a esmo, foi o que percebi, mas espera por um motivo, uma luz, uma inspiração. Sucesso!

Bethoven S Darcie disse...

(Gostei da brincadeira)...
Amei!!!! Muito bom conhecê-la por suas poesias...

A.S. disse...

Aproxima a boca da nascente
e não te importes com a secura das rimas,
pois a mais bela sede
vem no poema que trazes nos lábios...

Beijo...
AL

Anônimo disse...

Olá, esbarrei com seus versos por acaso, e uns dias atrás (dessa vez, não por acaso) encontrei, depois de ter a curiosidade aguçada por sua sensibilidade, um belo texto. É claro que em princípio não poderia muito me dizer, já que se trata do universo e da alma feminina - o que ainda me desafia e aguça a obstinação de o desvendar. Eu sei, eu sei, árdua batalha a minha... como de todos os homens que um dia ousaram debruçar-se sob uma flor para descrevê-la. E como qualquer homem, buscou o pragmatismo filosófico ou alguma teoria científica que explicasse a singularidade da sua beleza, ou a miscelânea de compostos químicos que originaram sua coloração única. É engraçado como vocês, mulheres, parecem fazê-lo com tanta graça e simplicidade, ao cunharem nomes como "Dama da noite, "brinco de princesa", ou "flor batom". Sem dúvida, não são nomes que um empertigado botânico pensaria. É preciso um quê de poesia, de sonho. Mas, como disse, eu adorei o seu texto (aquele sobre não quero que minha filha seja uma princesa) e tomei a liberdade de citá-lo em um vídeo de meu canal no youtube (devidamente creditado, é claro). Bom, acho que já disse, mas gostei muito do que escreveu. Um abraço.
Kleber