Padeci dos olhos da face,
Mas nasceu-me um olho terceiro,
No conclave da consciência.
Meus olhos faciais são ópio.
O olho da alma,
Caleidoscópio.
De que me adianta enxergar o concreto
Se não é o que me intriga e instiga
O intelecto?
A vida é um raio de luz
E só consigo decifrá-lo
Se minha visão corporal se reduz.
Os meus olhos veriam um raio branco
Entristecido.
Mas o olho da alma enxerga
Raios em tons diversos:
Um arco-íris multiforme
A elevar-me o sentido.
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