segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DEUS CRIANÇA

Eu quero um deus criança
Que solte pipa,
Suba em árvores e brinque com cata-ventos.

Um deus com a beleza das nascentes límpidas,
Imaculadas da honraria e da glória.
Um deus que só amenidades minta,
Que não se esvaísse nos céus
E não nos culpasse tanto.

Quero um deus que chore com dor de dente,
Um deus de carne e osso e que tudo sinta,
E que compreenda
Que só queremos ser felizes,
Por mais que as cicatrizes nos façam descrer.

Quero mesmo é um deus criança que goste de dança
Cante cantigas de roda, aprecie as de ninar
E que ainda não saiba ler ou escrever.
Um deus que desobedecesse a gravidade de si mesmo
E se deixasse escorregar a esmo
Pelas águas que fez nascer.

Quero um deus criança
Que queira por demais o meu colo
Assim como almejo
O cintilar dos seus olhos.


P.S.: procurei pela net a foto do meu deus criança... algo que pudesse ilustrar o poema, não consegui achar nada. É que o meu deus criança é feito de inexistências.
Fico devendo...

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