“Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar”
Milton Nascimento
Dia 11 de agosto de 1827 foi uma data festiva para o povo brasileiro: Dom Pedro I instituíra o primeiro curso de ciências jurídicas e sociais, no Brasil. Em virtude deste feito imperial, cem anos depois, escolheu-se o dia 11 de agosto para que fossem homenageados os estudantes de todo o país.
Hoje, 11 de agosto de 2.010, percebo que é necessário, ao fazermos tais homenagens, estar atentos ao que significado da data.
O termo “estudante” não raras vezes é associado ao jovem em seu primeiro estágio de estudo formal e muito perdemos se adotarmos como correta tal percepção.
O “ser estudante” é um estado de espírito. Estudante é todo aquele que, a despeito de todas as verdades que julga saber, ainda se encanta com a possibilidade de aprender.
Ser estudante é buscar alternativas e não aceitar as mazelas do mundo como forças definitivas.
Ser estudante é contender, brigar, brincar de amar e ser feliz por breve tempo, por pouco espaço de horas, mas fazer destas horas uma elegia à vida e à sua magnitude suprema.
Ser estudante é tolerar o intolerante, mas rechaçar a intolerância. É dar espaço ao novo e inovar, sem jamais desaprender a simplicidade.
Ser estudante é ter como gloriosa a maestria do tempo e aprender com ele, nas batidas do relógio, que o que conta é a hora intensamente vivida, o sonho concretizado na luta e a esperança espelhada na perseverança nossa de cada dia.
Estudante é todo aquele que segue o conselho socrático e busca aprender um tanto mais de si mesmo; encantando-se, tantas vezes, ao perceber, em seu estudioso coração, essências sublimadas, sentimentos imensuráveis, sonhos de dignidade e de justiça que sobreviveram às decepções havidas pela vida a dentro.
Milton Nascimento mostrou-se feliz ao descrever o que seria, em sua visão poética, um coração de estudante. Para o poeta, o coração de estudante é ”Alegria e muito sonho/Espalhados no caminho/Verdes, planta e sentimento/Folhas, coração/Juventude e fé.”
Hoje, dia 11 de agosto, cabe a cada um de nós encontrar o seu próprio coração de estudante. O Milton dá uma pista: “Adivinha onde ela anda/Deve estar dentro do peito/Ou caminha pelo ar/Pode estar aqui do lado/Bem mais perto que pensamos”. Bem mais perto que pensamos... bem mais perto!
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