domingo, 7 de agosto de 2011

Gênese


Em dia de caos,
Adoeci das virtudes.

Olhei formiga; desejei cadáver.

A infeliz videnciou o ensejo.
Ajoelhou-se.
Olhou os céus, fitou estrelas,
Contemplou-me os olhos detidamente.
E, em êxtase,
Caminhou resoluta,
A exemplo dos primitivos cristãos.

Pasmei.
O deus das formigas verberou:
- “Haja luz!”
E uma centelha ascendente
Cravejou a face oculta do meu sentido.
Senti.

E viu Deus que isso era bom.

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